A Bela e a Fera - Jung
- Túlio César
- 17 de jun. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de nov. de 2020
Jung não deixa de passar o lápis e resumir o conto da Bela e a Fera para escrever este capítulo. Sendo um conto muito conhecido não vou entrar em detalhes, mas irei expor os casos aos quais este conto foi associado.
Nosso autor explicou a forma como a mulher vai de encontro à sua presença feminina (expressa biológicamente pelo seu ciclo menstrual e capacidade de conceber) em uma análise do conto. Mulheres que vivenciaram uma forma de educação masculina se envolvem no mito do herói masculino de forma a se preparar para o mundo competitivo masculino, e deixam de lado seu lado cíclico e conceptivo da fertilidade, podendo sentir inquietações com o modo de vida que se passa.
No conto, a fera reflete o homem-animal ao qual a mulher tem que reconhecê-lo e amá-lo, para que seu desempenho sexual seja satisfatório. Vamos explicar melhor:
Bela, que tinha medo de seu pai enfrentar a punição da fera, o foi em seu lugar ao castelo, deixando o pai sozinho, este adoeceu, e ela preocupava-se em vê-lo. A fera disse-lhe que a deixando sozinha ela também adoeceria e morreria. Bela visitou o pai e o alegrou. Mas sentia falta e preocupação com a fera a quem amava. Voltou para ver a fera, estava quase morta, a beija e esta se transforma num príncipe. A fera disse que fora enfeitiçada e que o feitiço somente se desfazeria quando alguém o amasse naquela forma animal.
Bela mantinha uma relação estreita com o pai, que só não se estreitava mais por causa do medo do incesto. Já que espiritualmente e socialmente o incesto não é viável, e um tanto quanto absurdo, mas psicológicamente...
Assim são algumas mulheres que não conseguem transferir estas intenções sexuais para outro macho, até que reconheçam no homem-animal o amor ou parceiro sexual, liberando de travas sexuais e conceptivas, e tornando-a fértil e sexualmente ativa. O mesmo não se aplica à mulheres no período e após a menopausa. As travas neste período são mais identificadas na decepcão com o desequilíbrio da relação casamento-vocação.
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